04/09/2015

De olho na saúde: Comer rapidamente aumenta o risco de diabetes

Endocrinologista alerta para a necessidade de cuidar do local onde se faz as refeições e também a forma como se ingere os alimentos


Que comer rápido faz mal à saúde, já sabemos. Um estudo realizado pela Universidade de Ciências da Lituânia revelou que fazer as refeições com pressa não só possibilita ganhar peso com facilidade como também aumentar as chances de desenvolver diabetes.

O estudo acompanhou 702 pessoas, que ao preencher um questionário detalhado sobre seus estilos de vida falavam sobre hábitos de dieta, exercícios e se fumavam. Uma das perguntas era a forma como faziam suas refeições diárias - se comiam mais rápido ou lentamente. Estes participantes foram pesados e medidos para calcular o índice de massa corporal e determinar se eram obesos.

Ao longo da pesquisa foi descoberto que aqueles que comiam mais rapidamente do que a maioria das pessoas apresentavam duas vezes e meia mais chances de desenvolver diabetes tipo 2. Já os participantes do estudo que já apresentavam diabetes eram mais propensos a ter um maior índice de massa corporal, disseram os pesquisadores.

Para o endocrinologista do hospital Sírio Libanês, Renato Zilli, “tanto o ambiente como a forma como as pessoas se alimentam influenciam no aparecimento de doenças”. Ele explica que comer frequentemente em locais agitados, como por exemplo em fast foods, é um risco.

As pessoas deveriam fazer suas refeições em locais calmos e mastigar lentamente, porque a agitação faz com que comam rápido e não prestem a atenção no que estão ingerindo”, diz. Segundo ele, ao se alimentar em lugares tranquilos conseguimos mastigar mais vezes, o que favorece o processo de digestão e nos faz comer menos. “Isso acontece porque o sistema digestivo tem a oportunidade de enviar um sinal para o cérebro de que está cheio e não precisa ingerir mais nada”.

O médico lembra que a prevalência de diabetes tipo 2 aumentou em todo o mundo, tornando a doença uma pandemia mundial. “Hoje existem 382 milhões de diabéticos em todo o mundo e a estimativa é que em 2035 esse número aumentará até 55%, passando para 592 milhões”, diz o médico. “Só no Brasil, o número de portadores da doença chega a 12 mil, cerca de 6,2% da população”. Para Zilli, a pesquisa mostra que a doença, então, tem não só relação com a genética, mas também com o ambiente em que a pessoa vive. Por isso é fundamental identificar fatores de risco que podem ser mudados, fazendo com que haja redução das chances de uma pessoa desenvolver a doença.

DR. Renato Zilli é médico endocrinologista do Hospital Sírio Libanês com experiência profissional de mais de 10 anos, especializado em obesidade, diabetes e tireoide. Focado em mudança de comportamento, integrando medicina, coach médico, psicologia e nutrição. Integra a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes e EndoSociety, dos Estados Unidos.

Fonte: http://drzilli.com.br/

Nenhum comentário: